MAR 14
O cuidado legal nos pequenos e médios empreendimentos
Como serão as cidades do futuro? O papel das empresas nas cidades do futuro
Vinicius Bondan
Diretor-executivo da Bondan Advogados, tem grande experiencia em estruturação societária e patrimonial e gestão de empresas com ênfase em governança corporativa compliance. Graduado em Direito pela UFSM e MBA em gestão empresarial pela FGV.
Boas práticas como a busca por alternativas sustentáveis e a redução de emissão de poluentes, por exemplo, voltam ao centro das discussões de qualquer empresa conectada e preocupada com a construção de cidades melhores.
O papel das empresas nas cidades do futuro
As discussões sobre como idealizar as cidades do futuro devem obrigatoriamente incluir o papel das empresas nesse cenário. Afinal, elas cumprem função extremamente relevante em qualquer estratégia de desenvolvimento, seja no âmbito local ou em espectro maior. Por isso, ao olhar para frente, creio que um dos pontos fundamentais seja reforçar a cultura ESG nas corporações, das pequenas às grandes, reforçando essa importante agenda.
O tema da sustentabilidade ambiental e social e das boas práticas de governança obviamente não é novo. Já se vão 20 anos desde a primeira vez que o termo ESG foi utilizado em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, apesar dos avanços e da disseminação dessa cultura nos ambientes acadêmico e corporativo, os desafios de futuro, no nosso caso escancarados ainda mais pela recente catástrofe climática, se tornam muito urgentes.
Por conta dessas questões, as boas práticas ambientais e sociais nas empresas talvez, em meio ao caos, encontrem uma oportunidade de expansão. A recente corrente de solidariedade envolvendo diversas empresas, empreendedores e entidades, aliás, é um exemplo concreto de posicionamento em causas e projetos sociais e de atuação em comunidade.
As questões ambientais também ganharam novo relevo a partir das duras lições das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. Por isso, boas práticas como a busca por alternativas sustentáveis e a redução de emissão de poluentes, por exemplo, voltam ao centro das discussões de qualquer empresa conectada e preocupada com a construção de cidades melhores.
Neste contexto todo, aliás, a adoção do compliance, também merece ser estimulado. Uma empresa com muito mais segurança, transparência e conformidade aos padrões éticos e legais está muito mais próxima de aplicar os conceitos de ESG. O debate neste sentido pode inclusive ser estimulado por entidades representativas do empresariado e por organizações como o Sebrae, focado no fortalecimento das pequenas e médias empresas.
Portanto, ao olhar para o futuro de nossas cidades e projetar um ambiente mais moderno e sustentável, devemos necessariamente entender que este é um desafio que deve considerar a atuação das empresas. O que inclusive reforça a necessidade de políticas públicas que contemplem estímulos para que as organizações empresariais se voltem ainda mais para as boas práticas ambientais, sociais e de governança.